A AirCarbon Brasil, primeira bolsa de créditos de carbono do país, e sua controladora AirCarbon Exchange, de Singapura, acabam de receber investimento do Mubadala, fundo soberano do governo de Abu Dhabi. Para Carlos Martins, CEO da BlockC e diretor da AirCarbon Brasil, esse é um movimento emblemático, já que esse fundo, associado a setores que geram muitas emissões, como o de petróleo, decidiu investir no mercado de créditos de carbono.
Com um portfólio de US$ 284 bilhões, o Mubadala investe globalmente em setores prioritários como o aeroespacial, TIC, semicondutores, metais e mineração, energias renováveis, petróleo e gás, petroquímica, serviços públicos, saúde, imóveis, serviços de defesa e agronegócios. A BlockC é a integradora dos sistemas da AirCarbon Brasil, primeira bolsa de créditos de carbono do país, e também sócia minoritária, com 20% de participação na empresa local, respondendo pela operacionalização e comercialização dos seus ativos ambientais.
A aquisição do Mubadala mostra a importância do mercado brasileiro de ativos ambientais no cenário dos negócios globais. “A presença de um player global de tamanha importância em nosso negócio traz não apenas visibilidade, mas transparência de preços e valorização do mercado de compensação de emissões”, diz Carlos Martins, CEO da BlockC e diretor da AirCarbon Brasil.
Para Ahmed Jasim Al Zaabi, presidente do Mercado Global de Abu Dhabi, “os Emirados Árabes Unidos procuram ser líderes em alavancar o caminho para uma economia de baixo carbono. O investimento da Mubadala na ACX é uma grande prova do compromisso com a ação climática, que permitirá que investidores e empresas comprem voluntariamente reduções verificadas de emissões na forma de créditos de carbono.”
Thomas McMahon, CEO da AirCarbon Exchange, de Singapura, disse: “O investimento da Mubadala valida nosso compromisso conjunto de expandir o mercado voluntário de carbono globalmente”.
A AirCarbon é uma bolsa global de commodities ambientais que usa tecnologia de contabilidade distribuída dentro de uma construção tradicional de negociação de commodities. Ela aproveita a arquitetura blockchain para criar créditos de carbono securitizados. Essa estrutura permite que as empresas comercializem e financiem créditos de carbono como ativos financeiros convencionais, aumentando a participação e o investimento em programas globais de redução e compensação de carbono.