A urgência em medir a pegada de carbono corporativa decorre das profundas transformações que a sociedade e o mercado vêm atravessando diante da crise climática.
O que antes era considerado uma prática voluntária de responsabilidade socioambiental agora se consolidou como um imperativo estratégico para empresas que desejam permanecer competitivas em um ambiente global cada vez mais regulado, sendo elemento essencial na ambição de sustentabilidade/descarbonização da empresa e sua estratégia corporativa.
Essa pressão não vem apenas da legislação doméstica, como a Lei nº 15.042/2024, que instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), mas também de consumidores, investidores e parceiros comerciais que exigem transparência em relação aos impactos ambientais.
No plano internacional, o destaque é o Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM), proposto pela União Europeia em maio de 2023 por meio do Regulamento 2023/956.
Criado no âmbito do pacote “Fit for 55”, o CBAM combate o carbon leakage, que descreve a situação em que empresas transferem produção para países com regulações climáticas mais brandas.
Na prática:
- Desde outubro de 2023 (fase transitória), importadores da UE devem apresentar relatórios trimestrais informando as emissões de GEE incorporadas nos produtos importados;
- A partir de 2026 (fase regular), esses importadores precisarão comprar certificados CBAM, cada um equivalente a uma tonelada de CO₂e embutida nos produtos.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o CBAM pode afetar mais de US$ 3 bilhões em exportações brasileiras já em setores como ferro e aço.
Esse cenário reforça uma mensagem inequívoca: quem não calcula suas emissões ficará para trás. Inclusive, porque no campo diplomático, o Acordo de Paris (2015) exige que os países signatários atualizem periodicamente suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas).
Ainda que em 2025 apenas 13 dos 195 países tenham cumprido o prazo inicial de fevereiro para envio dessas metas ambientais, o Brasil assumiu o compromisso e o desafio de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°
Portanto, o relatório de pegada de carbono, também denominado relatório de intensidade de carbono em alguns contextos, transcende o caráter meramente técnico.
Ele funciona como um verdadeiro passaporte empresarial, capaz de abrir portas em mercados sustentáveis, facilitar acesso a capital e consolidar a reputação da empresa em escala global.
Além disso, se os governos ainda caminham lentamente, o setor privado precisa agir com protagonismo.
O que você vai encontrar neste artigo:
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O que é pegada de carbono e como o conceito reflete no dia a dia do negócio?
A pegada de carbono é a medida do total de emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas direta ou indiretamente por atividades humanas, sejam elas de indivíduos, produtos ou empresas. Tem por base a ISO 14067.
No contexto corporativo, ela funciona como um indicador crítico do impacto ambiental das operações, permitindo que gestores, investidores e stakeholders entendam de forma precisa de onde vêm os maiores riscos e oportunidades de redução de emissões.
Calcular a pegada de carbono significa transformar dados operacionais em informações estratégicas, permitindo decisões mais assertivas sobre consumo de energia, transporte, logística, uso de insumos e processos industriais.
Empresas que entendem suas emissões ganham vantagem competitiva ao antecipar regulações, reduzir custos e demonstrar transparência frente a clientes e investidores.
Por isso, a importância da pegada de carbono vai além da governança regulatória (compliance). Ela se conecta diretamente a três dimensões estratégicas da sustentabilidade corporativa:
- Regulatória: garante que a empresa esteja preparada para normas nacionais, como a Lei nº 15.042/2024 (SBCE), e para exigências internacionais, como o CBAM europeu.
- Financeira: possibilita acesso a linhas de crédito, investidores ESG (Environmental, Social and Governance, que em português significa Ambiental, Social e Governança) e mercados de carbono, transformando emissões em ativos estratégicos.
- Reputacional: fortalece a imagem da empresa perante clientes, fornecedores e sociedade, mostrando protagonismo em práticas ambientais responsáveis.
Em resumo, a pegada de carbono é o ponto de partida para qualquer empresa que queira cumprir normas e se posicionar como líder em um contexto cada vez mais regulado e consciente sobre mudanças climáticas.
Pegada de carbono: como calcular na prática?
Como vimos, calcular a pegada de carbono corporativa representa um processo estratégico que transforma dados operacionais em informações essenciais para a tomada de decisão.
Ou seja, empresas que realizam essa mensuração com rigor conseguem pautas ambientais em ativos economicamente rentáveis para o dia a dia do negócio.
A seguir, detalhamos as etapas fundamentais para calcular a pegada de carbono de maneira robusta, seguindo metodologias reconhecidas internacionalmente, como o GHG Protocol e normas ISO (como a ISO 14067).
1) Definição do escopo e limites organizacionais
O primeiro passo consiste na definição clara dos limites organizacionais e operacionais da medição:
- Escopo organizacional: quais unidades de negócio, subsidiárias ou fábricas serão incluídas;
- Escopo operacional: quais atividades e fontes de emissão serão consideradas;
- Período de reporte: geralmente anual, alinhado ao ciclo contábil e regulatório.
Essa etapa é essencial para garantir que os resultados sejam consistentes, auditáveis e comparáveis ao longo do tempo.
2) Coleta de dados
Com os limites definidos, inicia-se a coleta de dados de todas as atividades que geram emissões de gases de efeito estufa, distribuídas nos três escopos:
Escopo 1 | Emissões diretas: geradas por fontes que pertencem ou são controladas pela empresa (ex.: queima de combustíveis em caldeiras, frota própria, processos industriais). |
Escopo 2 | Emissões indiretas de energia: relacionadas à energia comprada e consumida (eletricidade, vapor, aquecimento ou refrigeração adquiridos de terceiros). |
Escopo 3 | Outras emissões indiretas: abrangem toda a cadeia de valor, como transporte de fornecedores, logística terceirizada, viagens a trabalho, uso e descarte de produtos vendidos. |
Fontes confiáveis de dados incluem faturas de energia, registros de combustível, inventários de processos produtivos, notas fiscais de insumos e sistemas internos de gestão.
➥ Plataformas digitais especializadas, como soluções SaaS para gestão de carbono, automatizam essa etapa, reduzindo erros e aumentando a confiabilidade.
3) Conversão em toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e)
Cada dado operacional é convertido em toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e) por meio de fatores de emissão padronizados, fornecidos por referências internacionais e nacionais, como:
- IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas): fornece coeficientes globais de emissão por tipo de combustível e atividade industrial;
- MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima): disponibiliza fatores nacionais de emissão;
- GHG Protocol: metodologia internacionalmente aceita para inventários corporativos
Esse processo de conversão transforma dados brutos em métricas comparáveis e auditáveis, permitindo análise por escopo, unidade de negócio ou período.
4) Consolidação e análise dos resultados
Após a conversão, os dados são consolidados em um relatório estruturado, permitindo:
- Visualizar as principais fontes de emissões;
- Comparar desempenho entre unidades ou períodos;
- Identificar oportunidades de redução e eficiência;
- Atender requisitos de auditoria e compliance regulatório.
Nesse contexto, ferramentas digitais permitem gerar dashboards e relatórios interativos, facilitando o acompanhamento contínuo da pegada de carbono e integração com estratégias ESG.
5) Elaboração do relatório de pegada de carbono
O relatório final, ou relatório de intensidade de carbono, apresenta os resultados em formato claro e auditável, incluindo:
- Metodologia utilizada (GHG Protocol, Normas ISO);
- Escopos considerados e limites organizacionais;
- Emissões consolidadas por escopo;
- Indicadores de intensidade de carbono (tCO₂e por receita, por tonelada produzida, etc.);
- Ações recomendadas para redução da pegada de carbono corporativa.
Empresas que integram relatórios de pegada de carbono à governança corporativa transformam esse documento em ativo estratégico, facilitando acesso a capital, mercados regulados e parcerias sustentáveis.
Principais metodologias e normas internacionais para cálculo da pegada de carbono
Calcular a pegada de carbono de forma confiável exige a adoção de metodologias reconhecidas internacionalmente. Elas garantem precisão, comparabilidade e auditabilidade, permitindo que empresas conversem com investidores, órgãos reguladores e parceiros comerciais de forma transparente.
Entre as principais referências estão o GHG Protocol, a ISO 14064, a ISO 14067 e a Science Based Targets initiative (SBTi).
1) GHG Protocol
O Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol) é a metodologia mais utilizada globalmente para inventários corporativos de emissões de gases de efeito estufa. Desenvolvida em parceria entre o World Resources Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o GHG Protocol oferece diretrizes detalhadas para medir, gerenciar e reportar emissões corporativas em padrão internacional.
Principais características:
- Divide as emissões em Escopos 1, 2 e 3, garantindo consistência e comparabilidade;
- Permite relatórios auditáveis, facilitando compliance regulatório;
- É base para padrões de mercado e relatórios globais, como CDP e TCFD.
Veja também: O que é inventário de emissão de gases de efeito estufa? |
2) ISO 14064
A ISO 14064 é a norma internacional que fornece requisitos técnicos para contabilização, monitoramento, verificação e reporte de emissões de GEE.
Enquanto o GHG Protocol foca na metodologia de inventário, a ISO 14064 detalha critérios de auditoria e certificação, garantindo que relatórios corporativos sejam auditáveis e reconhecidos por órgãos externos.
Diferenciais da ISO 14064:
- Estrutura clara para verificação externa;
- Padrão aceito globalmente para transações de carbono;
- Permite integração com sistemas de gestão ambiental ISO 14001.
3) ISO 14067
A ISO 14067 é a norma internacional que estabelece princípios, requisitos e diretrizes para a quantificação e comunicação da pegada de carbono de produtos (PCF – Product Carbon Footprint).
Enquanto a ISO 14064 oferece um inventário corporativo de emissões de gases de efeito estufa (GEE), a ISO 14067 foca especificamente no ciclo de vida de produtos e serviços, do berço ao túmulo (cradle to grave), permitindo identificar e reduzir emissões associadas a cada etapa do processo produtivo.
Diferenciais da ISO 14067:
- Quantificação detalhada: calcula emissões de GEE (CO₂, CH₄, N₂O, entre outros) ao longo de todo o ciclo de vida de um produto, da matéria-prima ao descarte.
- Regras de categoria de produto (PCRs): adapta a metodologia para setores específicos, como alimentos, têxteis, cimento e tecnologia.
- Comunicação transparente: orienta a elaboração de relatórios ou rótulos ambientais claros, evitando greenwashing.
- Aceitação global: credibilidade internacional, essencial para exportação e atendimento a barreiras comerciais, como o CBAM europeu.
- Ferramenta de inovação: auxilia na identificação de processos críticos e oportunidades de redução de emissões, promovendo eficiência e competitividade.
A ISO 14067 transforma a pegada de carbono em diferencial estratégico, oferecendo às empresas dados confiáveis para tomada de decisão, comunicação ambiental e melhoria contínua de produtos e serviços.
4) SBTi (Science Based Targets initiative)
A SBTi define metas de redução de emissões alinhadas à ciência climática e aos objetivos do Acordo de Paris.
De acordo com a iniciativa, o número de empresas que definiram metas científicas de curto prazo nesse sentido cresceu 97%, enquanto aquelas que definiram metas de curto prazo e de zero líquido aumentaram 227% entre o final de 2023 e o final do segundo trimestre de 2025.
Assim, o SBTi é um relevante expoente que orienta empresas sobre quanto reduzir e em quanto tempo, conectando a pegada de carbono a estratégias corporativas de descarbonização.
Benefícios para empresas:
- Alinhamento a metas científicas globais de redução de GEE;
- Reconhecimento internacional e credibilidade perante investidores;
- Integração com relatórios de sustentabilidade e ESG.
No site oficial da iniciativa, David Kennedy (diretor executivo da Science-Based Targets) assim se manifestou:
“Empresas inteligentes continuam a enxergar um forte argumento comercial para gerenciar o risco de transição. Incorporar a ação climática à estratégia comercial ajuda a manter a competitividade agora e no futuro e permite que as empresas capitalizem as oportunidades na economia de baixo carbono. Essa abordagem inovadora tem se refletido no aumento do estabelecimento de metas baseadas na ciência nos últimos 18 meses. A mensagem é clara: se as empresas querem estar à frente da curva, metas baseadas na ciência são o ponto de partida para elas”. |
5) Comparação das metodologias
A comparação da tabela abaixo mostra que as metodologias não são necessária e mutuamente exclusivas, mas complementares. Uma empresa pode, por exemplo, usar o GHG Protocol para inventário, a ISO 14064 para auditoria e a SBTi para estabelecer metas estratégicas de redução de emissões.
Metodologia / Norma | Objetivo | Aplicação |
GHG Protocol | Padrão global de inventários corporativos | Todas as empresas podem usar; detalha escopos 1, 2 e 3 |
ISO 14064 e 14067 | Normas técnicas de contabilização e verificação | Auditorias e compliance regulatório |
SBTi | Definição de metas baseadas na ciência climática | Compromissos corporativos de redução de emissões |
Referências nacionais (MMA, SBCE) | Regulamentação legal | Cumprimento de normas brasileiras de comércio de carbono |
CDP e TCFD | Reporte de resultados | Padronizar o reporte para comparação entre empresas e setores, facilitando o acesso aos investidores, clientes e sociedade em geral. |
CBAM | Regulamentação legal | Cumprimento de normas europeias de comércio de carbono |
Diferença entre inventário de emissões, pegada de carbono e relatório de intensidade de carbono
No universo da sustentabilidade corporativa, é comum que termos como inventário de emissões, pegada de carbono e relatório de intensidade de carbono sejam usados de forma intercambiável.
No entanto, cada conceito tem propósito, metodologia e aplicação distintos. Compreender essas diferenças é essencial para gestores de sustentabilidade, que buscam transformar a medição de carbono em vantagem competitiva.
1) Inventário de emissões
Retomando o conceito já abordado ao longo deste artigo, o inventário de emissões é o levantamento detalhado de todas as fontes de emissão de GEE de uma organização. Ele fornece um panorama completo das emissões diretas e indiretas, permitindo:
- Classificação por escopos 1, 2 e 3;
- Identificação de fontes prioritárias para redução;
- Suporte a auditorias externas e compliance regulatório.
Em essência, o inventário é o “raio-X climático” da empresa, mostrando de onde vêm os maiores impactos e oferecendo base para a elaboração de relatórios de pegada de carbono.
➥ Para entender mais sobre inventário de emissões, consulte nosso artigo completo: Inventário de Gases de Efeito Estufa: por que sua empresa precisa dele agora?
2) Pegada de carbono
Já a pegada de carbono refere-se a um indicador ambiental que quantifica o total de gases de efeito estufa (GEE), como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O), emitidos direta ou indiretamente por indivíduos, organizações, produtos ou atividades específicas.
Essencialmente, ela representa o rastro deixado pelas ações humanas que contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Assim, enquanto o inventário de emissões coleta e organiza os dados de forma detalhada, a pegada de carbono converte essas informações em métricas comparáveis, geralmente expressas em toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e). Esse indicador permite avaliar o impacto de produtos, processos ou da organização como um todo, servindo como uma ferramenta estratégica para decisões de redução de emissões e acesso a mercados de carbono.
Segundo Sebastián Galbusera, especialista em mitigação das mudanças climáticas, para o National Geographic, “a pegada de carbono representa a quantidade de gases do efeito estufa emitida na atmosfera por alguma atividade humana, que pode ser um produto ou um serviço, ou pelas ações diárias de um habitante”.
As atividades humanas, sejam individuais ou coletivas, têm seu impacto calculado em toneladas ou quilos de CO₂ equivalente, conforme metodologia da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Nessa perspectiva, o conceito de pegada de carbono funciona como uma ferramenta de conscientização, ajudando pessoas e empresas a compreenderem suas emissões e a identificar áreas com potencial de redução de impacto ambiental.
Em síntese, a pegada de carbono transforma dados brutos em informações estratégicas, que podem ser incorporadas a relatórios, compliance e decisões de negócio, estabelecendo uma conexão direta entre sustentabilidade e performance corporativa e permitindo uma análise de emissão por unidade do produto ou serviço (por exemplo, tCO2e/ton de produto).
3) Relatório de intensidade de carbono
Por fim, o relatório de pegada de carbono, também chamado em alguns contextos de relatório de intensidade de carbono, vai além de apenas contabilizar emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O documento conecta os dados obtidos no inventário de emissões e na mensuração da pegada de carbono a indicadores de desempenho da empresa, permitindo análise estratégica, tomada de decisão e monitoramento contínuo da sustentabilidade corporativa.
Enquanto o inventário organiza as informações de forma detalhada e a pegada de carbono traduz esses dados em métricas comparáveis (tCO₂e), o relatório de intensidade de carbono relaciona essas emissões a resultados tangíveis e indicadores de desempenho, transformando a sustentabilidade em um ativo corporativo mensurável.
Entre os principais indicadores recomendados em literatura de sustentabilidade corporativa que podem ser utilizados nesse aspecto estão:
- Receita: tCO₂e por milhão de reais faturados, permitindo avaliar a eficiência do negócio em termos de emissões por unidade financeira gerada;
- Produção: tCO₂e por tonelada produzida, útil para empresas industriais que querem monitorar impacto por volume de produção;
- Colaboradores: tCO₂e por funcionário, para medir eficiência operacional e impacto associado à força de trabalho;
- Produtos ou serviços: emissões por unidade de produto ou serviço, facilitando comparações entre linhas e decisões de design sustentável.
A vantagem do relatório de intensidade de carbono está na capacidade de transformar dados ambientais em insights estratégicos.
O ideal, portanto, é que essas três frentes estejam integradas:
- Inventário de emissões: fornece dados confiáveis e auditáveis;
- Pegada de carbono: traduz os dados em métricas estratégicas;
- Relatório de intensidade de carbono: conecta sustentabilidade à performance e ao mercado.
Essa integração permite que a empresa cumpra normas e otimize processos, reduza custos e abra portas para novos mercados.
Boas práticas para transformar o relatório de pegada de carbono em estratégia de negócio
Não basta calcular a pegada de carbono. A verdadeira vantagem competitiva está em transformar esses dados em decisões estratégicas que geram valor financeiro e ambiental.
Empresas que adotam boas práticas podem reduzir custos operacionais, aumentar a eficiência e se posicionar como protagonistas em mercados regulados por carbono.
1) Automatize a coleta e consolidação de dados
A coleta manual de dados é demorada, sujeita a erros e dificulta a comparabilidade. A solução é automatizar processos, consolidando informações de toda a cadeia de valor, energia, transporte, insumos, processos produtivos e logística terceirizada, em uma plataforma única.
- Ferramentas digitais permitem dashboards interativos, alertas de inconsistência e relatórios auditáveis;
- Facilita compliance com regulamentos como SBCE e padrões internacionais como GHG Protocol e ISO 14064;
- Garante agilidade e confiabilidade, liberando a equipe de sustentabilidade para análise estratégica.
2) Use métricas e indicadores de intensidade de carbono
Transforme os dados do inventário em KPIs estratégicos, conectando sustentabilidade à performance corporativa. Alguns exemplos são:
- tCO₂e por tonelada produzida;
- tCO₂e por receita;
- Redução percentual de emissões ano a ano.
Esses indicadores viabilizam às empresas um monitoramento da eficiência, comparação das unidades de negócio e demonstração de resultados concretos para investidores e clientes.
3) Priorize ações de redução e mitigação de emissões
O relatório de pegada de carbono deve orientar decisões de mitigação, como:
- Otimização energética em processos industriais e edifícios;
- Substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas;
- Redução de emissões de transporte e logística;
- Desenvolvimento de produtos de menor impacto ambiental.
Essas iniciativas objetivam aumentar a eficiência, reduzir os custos e criar oportunidades de venda de créditos de carbono auditáveis.
4) Transforme exigência regulatória em vantagem competitiva com a BlockC
Os indicadores de intensidade de carbono e as ações de mitigação são fundamentais, mas representam apenas o início da jornada.
Para que a descarbonização gere vantagem competitiva real, é preciso ir além do relatório e incorporar um mindset corporativo orientado a carbono, no qual cada decisão considera impactos ambientais e oportunidades de otimização de custos e receita.
É nesse contexto que a BlockC, plataforma SaaS especializada em gestão de carbono, oferece uma solução completa para empresas que desejam estruturar sua jornada de descarbonização de forma robusta, auditável e estratégica.
Com a BlockC, sua empresa pode:
- Realizar inventários de emissões corporativos, identificando passivos e oportunidades ainda não exploradas;
- Emitir ativos ambientais digitais, conectando passivos e créditos de carbono de forma transparente e rastreável via blockchain;
- Gerenciar carteiras de neutralização digital, consolidando ativos e passivos ambientais com evidências primárias;
- Monitorar a jornada de descarbonização de ponta a ponta, desde a medição até o reporte para investidores e órgãos reguladores;
- Transformar oportunidades de carbono em resultados financeiros, impactando diretamente receita, margem ou custos, especialmente em mercados regulados como a União Europeia (CBAM).
A BlockC tem o compromisso de desenvolver governança com transparência e estratégia corporativa, para que empresas utilizem dados ambientais para tomar decisões consistentes e abrir portas em mercados que valorizam eficiência e compliance.
Conclusão
Adotar uma postura orientada à jornada de descarbonização possibilita que a empresa transforme dados ambientais em decisões estratégicas e vantagem competitiva real.
Com a BlockC, esse processo passa de um relatório técnico para um processo estratégico de gestão corporativa, integrando inventário de emissões, emissão de ativos ambientais e monitoramento contínuo.
Assim, empresas transformam exigências regulatórias em oportunidades de crescimento, eficiência e inovação.
Saiba como iniciar a jornada de descarbonização da sua empresa com a BlockC agora! |
FAQ – Perguntas frequentes sobre pegada de carbono
O que é a pegada de carbono de uma empresa?
A pegada de carbono é a medida do total de emissões de gases de efeito estufa (GEE), como CO₂, CH₄ e N₂O, geradas direta ou indiretamente por indivíduos, produtos ou empresas. Ela permite que organizações compreendam seus impactos ambientais e tomem decisões estratégicas para redução de emissões.
Como calcular a pegada de carbono de uma organização?
Geralmente, o cálculo da pegada de carbono envolve cinco etapas principais:
- Definir limites organizacionais e operacionais;
- Coletar dados de consumo de energia, combustíveis, insumos, transporte e logística;
- Aplicar fatores de emissão padronizados (GHG Protocol, IPCC, MMA);
- Classificar emissões por escopos 1, 2 e 3;
- Consolidar os dados em relatório auditável, incluindo indicadores de intensidade de carbono.
Soluções SaaS, como a BlockC, automatizam esse processo, garantindo precisão, auditabilidade e integração da cadeia de valor.
Qual a diferença entre inventário de emissões e relatório de pegada de carbono?
O inventário de emissões é o levantamento detalhado de todas as fontes de emissão de GEE de uma empresa. Já o relatório de pegada de carbono (ou relatório de intensidade de carbono) transforma esses dados em métricas comparáveis e indicadores estratégicos, conectando sustentabilidade à performance corporativa.
Quais metodologias internacionais são mais utilizadas?
As principais metodologias incluem:
- GHG Protocol: padrão global para inventários corporativos;
- ISO 14064: normas técnicas para auditoria e verificação de emissões;
- SBTi (Science Based Targets initiative): definição de metas de redução alinhadas à ciência climática.
- Referências nacionais: Ministério do Meio Ambiente (MMA) e regulamentos do SBCE no Brasil.
Como a pegada de carbono se relaciona com estratégias de negócio?
- Medir e reportar a pegada de carbono permite:
- Reduzir custos operacionais por meio de eficiência energética e logística;
- Acessar linhas de crédito e investidores ESG;
- Atender exigências de mercados regulados por carbono, como o CBAM da União Europeia;
- Demonstrar transparência e fortalecer reputação corporativa.
O que são indicadores de intensidade de carbono?
Indicadores de intensidade de carbono traduzem as emissões em métricas estratégicas, como tCO₂e por receita, por tonelada produzida ou por colaborador.
Eles ajudam a monitorar eficiência, comparar unidades de negócio e demonstrar resultados a investidores e clientes.
Como transformar o relatório de pegada de carbono em vantagem competitiva?
Além de calcular e reportar emissões, empresas podem:
- Implementar ações de redução e mitigação de emissões;
- Integrar dados de carbono à governança corporativa;
- Identificar oportunidades financeiras em mercados regulados, como CBAM;
- Utilizar plataformas especializadas, como a BlockC, para monitorar, gerenciar e auditar toda a jornada de descarbonização.
Por que empresas que não calculam suas emissões podem ficar em desvantagem?
Organizações que não monitoram suas emissões podem enfrentar riscos regulatórios, perder competitividade em mercados internacionais, ter custos não previstos com carbono e dificultar acesso a investidores e linhas de crédito ESG.
Como a BlockC auxilia na jornada de descarbonização?
A BlockC oferece soluções integradas, incluindo inventário de emissões, emissão de ativos ambientais digitais e monitoramento contínuo. Com governança auditável e indicadores estratégicos, a plataforma ajuda empresas a transformar dados ambientais em decisões de negócio e vantagem competitiva.